O uso de suplementos para emagrecimento tem se tornado cada vez mais comum entre as pessoas que buscam pela perda de peso rápida e eficiente. Esses produtos, disponíveis em formas naturais e sintéticas, prometem acelerar o metabolismo, reduzir a absorção de gorduras ou aumentar a saciedade. No entanto, seu uso contínuo pode acarretar riscos à saúde, tornando essencial a compreensão de seus efeitos e limitações.
O Que são suplementos para emagrecimento?
Os suplementos para emagrecimento são compostos formulados para auxiliar na perda de peso por meio de diferentes mecanismos fisiológicos, como a termogênese, lipólise, supressão do apetite e regulação do metabolismo energético. Eles estão disponíveis sob a forma de cápsulas, comprimidos, pós ou líquidos e são frequentemente utilizados na melhora dos resultados de uma dieta equilibrada e rotina de exercícios físicos.
Classificação dos suplementos para emagrecimento
Os suplementos podem ser classificados em naturais e sintéticos, dependendo de sua origem e composição.
- Suplementos Naturais
São aqueles compostos por substâncias derivadas de plantas, ervas, frutas ou outros ingredientes naturais. Alguns dos principais incluem:
- Cafeína: Estimulante natural que pode aumentar o gasto energético e a oxidação de gordura.
- Chá verde (Camellia sinensis): Rico em catequinas[1], que auxiliam na termogênese e na queima de gordura.
- Garcinia cambogia: Contém ácido hidroxicítrico (HCA), que pode reduzir a síntese de gordura e o apetite.
- Psyllium: Fonte de fibras solúveis que promovem saciedade e melhoram o trânsito intestinal.
- Óleo de coco: Fonte de triglicerídeos de cadeia média (TCM)[2], que podem ser rapidamente convertidos em energia e não acumulados como gordura.
- Suplementos Sintéticos
São compostos formulados em laboratório e podem conter substâncias químicas específicas para aumentar a perda de peso. Alguns exemplos incluem:
- Sinefrina: Encontrada em alguns suplementos termogênicos, possui ação similar à efedrina, aumentando a taxa metabólica.
- Orlistat: Inibidor da lipase pancreática que reduz a absorção de gordura no intestino.
- Sibutramina: Medicamento que age como inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina, aumentando a saciedade (restrito em vários países devido aos efeitos colaterais).
- L-Carnitina: Aminoácido envolvido na oxidação de ácidos graxos para geração de energia.
[1] As catequinas são compostos incolores, hidrossolúveis e fitonutrientes, que se encontram em alguns alimentos e chás. São classificadas como flavanóis e polifenóis, e têm propriedades antioxidantes.
[2] Os TCMs são compostos por ácidos graxos de cadeia média, como o ácido caprílico e o ácido cáprico. Eles são metabolizados de forma diferente das gorduras de cadeia longa, não exigindo insulina para serem processados.
Os TCMs podem ser utilizados para, Gerenciar o peso corporal, Melhorar o desempenho físico, Melhorar as funções cognitivas, Aumentar a saciedade, Auxiliar no tratamento de algumas doenças, como epilepsia, doença de Alzheimer e diabetes tipo 2.
Riscos à Saúde do Uso Contínuo
O uso prolongado e indiscriminado desses suplementos pode levar a diversos efeitos adversos:
- Problemas cardiovasculares: O consumo excessivo de estimulantes como cafeína e sinefrina pode causar arritmias, hipertensão e aumento do risco de infarto.
- Distúrbios gastrointestinais: O orlistat, por exemplo, pode causar diarreia, cólicas abdominais e incontinência fecal.
- Dependência e tolerância: Alguns compostos como a cafeína e a sibutramina, podem levar à tolerância e dependência química.
- Desequilíbrios hormonais: O uso de certos suplementos pode interferir no metabolismo de hormônios tireoidianos e adrenérgicos.
- Lesões hepáticas e renais: Alguns suplementos sintéticos podem sobrecarregar fígado e rins, levando a quadros de toxicidade.
Como utilizar suplementos deforma segura?
Embora os suplementos para emagrecimento possam ser uma ferramenta útil em determinados contextos, seu uso deve ser feito com cautela e sempre sob orientação de um profissional de saúde. A adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e prática regular de atividade física, continuam sendo as formas mais seguras de alcançar e manter um peso adequado.
Referências
- Dulloo, A. G., & Montani, J. P. (2015). “Pathways from dieting to weight regain, to obesity and to the metabolic syndrome: an overview.” Obesity Reviews, 16(S1), 1-6.
- Halton, T. L., & Hu, F. B. (2004). “The effects of high protein diets on thermogenesis, satiety and weight loss: a critical review.” Journal of the American College of Nutrition, 23(5), 373-385.
- Kim, J., & Je, Y. (2014). “Green tea catechins and weight loss: a meta-analysis.” Obesity Reviews, 15(9), 785-794.
- Srivastava, G., Apovian, C. (2018). “Current pharmacotherapy for obesity.” Nature Reviews Endocrinology, 14(1), 12-24.