A utilização do plasma de argônio ainda é desconhecida por muitas pessoas apesar dos seus efeitos positivos na manutenção dos resultados da cirurgia bariátrica.
A cirurgia bariátrica, conhecida popularmente como “redução de estômago”, é um procedimento que oferece diversas vantagens, como o emagrecimento acentuado em um curto período de tempo, para o público ao qual ela é indicada.
Existe, em alguns casos e devido a diversos fatores, a possibilidade de que os resultados da cirurgia bariátrica se perca com o passar do tempo, ocasionando o reganho de peso.
A realização de um novo procedimento complexo e invasivo pode ser contraindicada, necessitando de outras alternativas para solucionar essa questão e o plasma de argônio é uma delas.
O que é o plasma de argônio?
Pacientes que se submeteram a cirurgia bariátrica do tipo fobi capella (by-pass, Wittgrove, Higa) quando apresentam reganho de peso, normalmente é em razão da dilatação da anastomose gastrojejunal, junção entre o estômago operado e o intestino delgado.
Assim, quando ocorre esse relaxamento, o alimento passa mais rapidamente pelo estômago operado, fazendo com que o paciente coma maior quantidade de alimento do que a ideal, proporcionando o ganho de peso novamente.
O plasma de argônio é um gás inodoro, inerte e não tóxico capaz de fazer com que a anastomose dilatada volte ao formato e tamanho da época em que o paciente operou, possibilitando que o paciente volte a perder peso.
O tratamento é feito por meio de sessões endoscópicas, que são geralmente rápidas, durando cerca de 15 minutos. Além disso, com poucas sessões já é possível observar alguns resultados.
Algumas orientações que devem ser seguidas antes e depois do procedimento, como jejum, limitação da prática de exercícios físicos por alguns dias, entre outras, devem ser fornecidas pelo médico responsável.
Quais as indicações e contraindicações para o tratamento com plasma de argônio?
Esse é um tratamento indicado para pessoas que já realizaram a cirurgia bariátrica, mas que voltaram a apresentar ganho de peso. Como já citado, isso ocorre geralmente pela dilatação da anastomose gastrojejunal e a realização de uma nova cirurgia de “redução de estômago” pode ser contraindicada, sendo necessária uma outra alternativa, como o plasma de argônio.
A indicação desse procedimento se dá a pacientes que realizaram especificamente a cirurgia bariátrica a partir da técnica fobi capella (by-pass, Wittgrove, Higa), e que apresentem algumas das situações abaixo:
- Qualquer paciente operado pelas técnicas acima que iniciou reganho de peso após dois anos de cirurgia ou que tenha parado de perder peso nesse mesmo período;
- Pacientes que apresentem reganho de 10% ou mais do peso mínimo alcançado após a bariátrica.
No que diz respeito às contra indicações, além da questão da técnica cirúrgica relacionada com a bariátrica, não há nenhum critério absoluto. Dessa forma, o ideal é buscar orientação médica para avaliar a possibilidade ou não do tratamento por meio do plasma de argônio.
Efeitos colaterais e riscos do plasma de argônio
![homem com dor na barriga](https://dr.maurojacome.com.br/wp-content/uploads/2022/04/plasma-de-argonio-1024x683.jpg)
Por se tratar de um método que cauteriza a região, é possível que o paciente sinta dor após o procedimento, que se assemelha em muitos casos à gastrite. Esse sintoma é mais intenso nas primeiras horas após o procedimento e se abranda ao longo dos dias, com duração total de cerca de 2 dias.
Em relação aos riscos, o plasma de argônio é um procedimento muito seguro, de maneira que há um índice baixo de complicações importantes. Uma das possíveis complicações, mas que atinge um baixo nível de pacientes, é o fechamento exagerado da anastomose. Felizmente, essa é uma complicação reversível, por meio da dilatação por via endoscópica.
Eficácia do tratamento com plasma de argônio
O resultado e a eficácia do tratamento feito a partir do plasma de argônio é percebido ao longo das sessões, sendo necessárias em geral cerca de 2 a 3 sessões.
É importante lembrar que a avaliação de procedimentos ligados ao ganho ou à perda de peso exigem cuidado. Isso porque esse é um processo complexo que precisa levar em consideração inúmeros fatores externos que podem influenciá-los.
Por isso, a consulta à literatura científica especializada possibilita aferir com segurança os resultados.
Um estudo recente multicêntrico realizado no Brasil em 2014, publicado no Obesity Surgery (The Journal of Metabolic Surgery and Allied Care), mostrou resultados que apontam que os pacientes perderam entre 8 e 16kg adicionais depois da realização da cirurgia bariátrica.
O mesmo estudo destaca a importância do acompanhamento multidisciplinar na manutenção do peso ideal do paciente. Portanto, esses resultados apontam o tratamento com o plasma de argônio como uma alternativa viável ao reganho de peso pós bariátrica, isso quando o paciente se submeteu à cirurgia do tipo fobi capella (by-pass, Wittgrove, Higa).
Ainda tem dúvidas relacionadas ao plasma de argônio? Agende um atendimento com o Dr. Mauro Jácome, especialista em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva e entenda mais sobre esse procedimento