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Plasma de Argônio: Controle do Reganho de Peso e Coagulação de Lesões

Dr. Mauro Jácome | 13/09/2024

O Plasma de Argônio é um procedimento endoscópico eficaz para tratar o reganho de peso após cirurgia bariátrica do tipo by-pass, assim como controlar o sangramento de lesões no trato gastrointestinal. Utiliza-se um jato de plasma de argônio ionizado para cauterizar a anastomose, contribuindo para a retomada da saciedade e da perda de peso.

O que você vai ver neste conteúdo

Coagulação por Plasma de Argônio (APC)

A coagulação por plasma de argônio (APC) é um procedimento endoscópico médico usado tanto para controlar o sangramento de certas lesões no trato gastrointestinal, quanto nos casos de em que o paciente apresenta reganho de peso após ter se submetido à cirurgia bariátrica do tipo by-pass. O Plasma de Argônio pode ser administrado, de acordo com a indicação, por endoscopia, durante a esofagogastroduodenoscopia ou colonoscopia.

O tratamento com o Plasma de Argônio envolve o uso de um jato de gás argônio ionizado (plasma) direcionado através de uma sonda passada pelo endoscópio, no trato do reganho de peso pós bariátrica do tipo by-pass, o plasma de argônio é direcionado à anastomose (junção entre o estômago operado e o intestino). Em muitos casos o reganho de peso pós bariátrica do tipo by-pass ocorre em função do alargamento dessa anastomose, esse alargamento viabiliza a passagem mais rápida dos alimentos para o intestino, sem que o paciente perceba que está consumindo uma quantidade de alimentos superior a ideal, levando ao aumento de peso do paciente.

O tratamento com o uso do plasma de argônio, nos casos de reganho de peso, a função do Plasma de Argônio é a de cauterizar a anastomose, de maneira que ela retorne ao tamanho que tinha na época da operação, em torno de 1cm. Isso demanda algumas sessões de plasma, a quantidade varia em razão das condições clínicas de cada paciente.

Uma vez o plasma de argônio ajudou a anastomose a retornar a seu tamanho ideal, ela passa a reter por mais tempo o alimento no estômago do paciente, consequentemente devolvendo a sensação de saciedade precoce, isso, associado a uma rotina multidisciplinar irá ajudá-lo a interromper o processo de reganho de peso e auxiliar num novo ciclo de perda de peso.

As sessões de Plasma de Argônio voltadas para o trato de reganho de peso pós bariátrica do tipo By-pass, são realizadas pelo especialista em endoscopia digestiva em clínicas especializadas, sob sedação leve devidamente acompanhada de anestesista.

Uso do Plasma de Argônio em Coagulação de Lesões

Nos casos de cauterização de lesões intestinais, a sonda é colocada a alguma distância da lesão sangrante, e o gás argônio é emitido, então ionizado por uma descarga elétrica de alta frequência é então conduzida através do jato de gás, resultando na coagulação da lesão. Como nenhum contato físico é feito com a lesão, o procedimento é seguro se o intestino tiver sido limpo de gases colônicos e pode ser usado para tratar sangramento em partes do trato gastrointestinal com paredes finas.

Para ambos os casos, o tratamento com o Plasma de Argônio apresenta riscos mínimos associados e as complicações relatadas na literatura médica são em sua grande maioria contornadas pelo próprio especialista.

Princípios e Equipamentos do Plasma de Argônio

Ao contrário de um equívoco comum, a coagulação por plasma de argônio (APC) não é um laser. Esta tecnologia usa gás argônio para fornecer plasma de energia térmica uniformemente distribuída para um campo de tecido adjacente à sonda. Uma faísca de alta voltagem é fornecida na ponta da sonda que ioniza o gás argônio conforme ele é pulverizado da ponta da sonda na direção do tecido alvo. O gás argônio não é inflamável. Ele é facilmente ionizado pela energia de pico de 6000 volts fornecida pelo fio de tungstênio que termina próximo à ponta da sonda. 

Este gás ionizado ou plasma então busca um aterramento no tecido mais próximo, fornecendo a energia térmica com uma profundidade de penetração de aproximadamente 2 a 3 mm. O plasma coagula linearmente e tangencialmente. Ao fornecer energia a todos os tecidos próximos à ponta da sonda, o APC pode ser usado para tratar uma lesão ao redor de uma dobra e não claramente visível ou uma lesão que não pode ser posicionada diretamente na frente do endoscópio.

Plasma de Argônio e o Reganho de Peso Pós-Bariátrica do Tipo By-Pass

Grande temor do paciente que se submete à Cirurgia Bariátrica é a recuperação do peso perdido. Grande parte dos pacientes passou por inúmeros tratamentos prévios à Cirurgia Bariátrica, alguns bem-sucedidos, outros nem tanto, mas todos com a enorme frustração de não conseguir sustentar os resultados a médio e longo prazo.

Erro comum é imaginar que após a cirurgia isso nunca mais irá ocorrer. Os primeiros 18 meses após a cirurgia são considerados como a melhor fase, em que a pessoa geralmente está muito motivada, seguindo à risca as orientações da nutricionista, com pouco apetite, recebendo diversos elogios sobre sua aparência e entusiasmada com atividade física. Com o passar do tempo, o apetite vai aumentando, o peso estabiliza, os problemas emocionais podem retornar e os velhos hábitos.

Em torno de 50% dos pacientes tem algum grau de recuperação de peso e é importante saber o que é considerado normal – e até esperado – e o que não é normal. Recuperar cerca de 5-10% do excesso de peso reduzido após 24 meses da cirurgia, de forma lenta e sem repercussão clínica, pode ser considerado normal e não necessitar nenhum tratamento. Exemplificando: uma paciente de 49 anos, operada há 5 anos, tinha 120kg e 1,65m no pré-operatório (excesso de peso 52kg); com 24 meses de pós-operatório havia reduzido 56kg, estava com 64kg de peso (perda de 107% do excesso de peso, o que é considerado acima do esperado) e atualmente encontra-se com 72kg. Mesmo tendo recuperado 8kg de peso, ela está com uma perda de 92% do excesso de peso, o que é um resultado excelente. O desafio desta paciente é o de revisar hábitos e dieta com a nutricionista, reforçar atividade física e manter controle com sua Equipe.

Entretanto, se o reganho de peso se inicia ainda no primeiro ano de pós-operatório, ou ocorre de forma rápida e associado a maus hábitos, se algumas das comorbidades como diabetes, esteatose (gordura no fígado), apneia do sono, colesterol e triglicerídeos elevados retornam, ou se a redução do excesso de peso for inferior a 50%, isto não é normal, deve ser avaliado e, dentro do possível, tratado. Em um novo contexto, a mesma paciente de 49 anos operada há 5 anos, com peso de 120kg e 1,65m de altura, que havia reduzido para 84kg com 24 meses de pós-operatório (perda de 69% do excesso de peso) e atualmente está com 98kg (42% de perda de excesso de peso), além de estar novamente hipertensa e com esteatose hepática, apresenta um reganho significativo e com prejuízos a saúde.

Para ambos os casos em que houve reganho, pode ser necessário uma intervenção para interromper o ciclo de reganho de peso, considerando que a técnica cirúrgica utilizada tenha sido o By-pass gástrico e um dos fatores seja a dilatação da anastomose (junção entre o estômago operado e o intestino delgado), uma alternativa não cirúrgica de breve recuperação da paciente é a terapia endoscópica com o uso do Plasma de Argônio.

Nela, são realizadas seções com o Plasma de Argônio, que cauterizarão da anastomose, fazendo ela retornar ao seu tamanho inicial à época em que o paciente realizou a cirurgia, aproximadamente 1cm. Após algumas seções, em média 6, a anastomose retorna a seu tamanho ideal.

As seções de Plasma de Argônio, associadas ao acompanhamento multidisciplinar adequado, podem não só interromper o reganho, como também ajudam o paciente a retomar o ciclo de perda de peso.

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Dr. Mauro Jácome

Médico Gastroenterologista

CRM: 28114 | RQE: 233100 | RQE: 23311 | RQE: 23312

Especialista em Endoscopia digestiva, Gastroenterologia e Cirurgia Geral.

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